A mudança fiscal exige uma transformação digital urgente
A reforma tributária brasileira está avançando — e, embora a maior parte das discussões gire em torno de impostos e impactos financeiros, há outro aspecto essencial que precisa de atenção imediata: a tecnologia. Mais do que uma alteração contábil, trata-se de uma reconfiguração profunda na forma como os sistemas se relacionam com o Fisco.
Nesse cenário, muitas empresas ainda subestimam os impactos operacionais. No entanto, à medida que novas regras surgem, os processos automatizados precisam ser revistos. Caso contrário, o risco de erros, retrabalho e penalidades aumenta consideravelmente.
Por que a reforma tributária exige uma resposta tecnológica?
Em primeiro lugar, é importante entender que a substituição de tributos como ICMS, PIS, Cofins e ISS por IBS e CBS altera não apenas a carga tributária, mas também a estrutura lógica por trás de cada operação fiscal. Portanto, os sistemas de ERP, emissão de notas e controle contábil precisam acompanhar essa mudança com rapidez.
Alterações nas regras de cálculo e retenção
Antes de tudo, vale destacar que a lógica de apuração dos impostos será completamente diferente. Em vez de múltiplos critérios, haverá uma padronização que exige atualização dos sistemas. Por esse motivo, adaptar o ERP não será uma tarefa trivial — será, na verdade, uma necessidade crítica.
Maior integração com a Receita Federal
Além disso, a reforma traz uma digitalização mais intensa. Isso significa que os sistemas precisarão se comunicar de maneira mais direta e em tempo real com as plataformas do governo. Para que essa troca funcione, é essencial garantir infraestrutura, segurança e APIs bem configuradas.
Automatizar para reduzir riscos operacionais
Ao mesmo tempo, automatizar os processos tributários será um fator decisivo. A cada nova venda, o sistema deverá identificar corretamente a operação, o tipo de produto, o local de destino e aplicar as regras certas. Como resultado, haverá menos margem para erro humano e mais eficiência na operação.
Quais os riscos de não adaptar a tecnologia à nova legislação?
É fundamental reconhecer que não se adaptar pode gerar diversos problemas. Por exemplo:
- Notas fiscais com erros de tributação
- Créditos fiscais mal aproveitados
- Dificuldade em prestar contas ao Fisco
- Retrabalho constante da equipe contábil
- Risco de autuações e multas
Adicionalmente, empresas que não atualizarem seus sistemas podem ficar em desvantagem competitiva. Afinal, enquanto alguns negócios aceleram com processos modernos, outros ainda estarão lutando contra sistemas obsoletos.
O que as empresas devem fazer desde já
Ainda há tempo para se preparar, mas é necessário agir com agilidade. A seguir, veja algumas ações prioritárias:
Atualizar o ERP e os sistemas auxiliares
Sobretudo, os sistemas precisam estar prontos para novas fórmulas, layouts e rotinas. Assim, converse com o fornecedor do seu ERP e entenda o cronograma de atualizações.
Mapear os impactos em todos os fluxos
Além do ERP, outros sistemas também serão afetados. Por isso, é importante mapear onde cada tributo entra, onde ele é calculado e como a nova legislação muda esse fluxo.
Criar uma força-tarefa multidisciplinar
Contar apenas com o time de TI ou apenas com o time fiscal pode gerar ruídos. Portanto, o ideal é montar uma equipe com representantes de TI, contabilidade, jurídico e operações, para que todos os ângulos sejam cobertos.
A tecnologia será a ponte entre a nova lei e a eficiência tributária
Por fim, vale ressaltar que a reforma tributária pode ser uma oportunidade — desde que a tecnologia seja tratada como prioridade. Com processos bem automatizados, comunicação fluida com o Fisco e sistemas inteligentes, será possível:
- Agilizar o cumprimento das obrigações legais
- Reduzir o retrabalho interno
- Ganhar vantagem competitiva em um cenário desafiador
Em outras palavras, não basta entender a nova lei — é preciso traduzir a legislação em código, e garantir que seus sistemas estejam prontos para o que vem por aí.