Crescimento das fintechs na região acelera com apoio da tecnologia e mudança de comportamento dos investidores
O avanço das fintechs na América Latina está redesenhando o mercado de gestão de patrimônio. Segundo o Global Wealth Research Report da EY, a participação dessas empresas no setor subiu para 18% — um salto de 8 pontos percentuais em comparação com o levantamento anterior de 2022.
Em contrapartida, os players tradicionais estão perdendo força. As corretoras viram sua participação despencar de 30% para 12%. Já os bancos tradicionais, que anteriormente concentravam 53% das preferências, agora representam apenas 37%. Ou seja, o cenário está mudando rapidamente — e as fintechs estão no centro dessa transformação.
A nova geração está redefinindo o setor financeiro
O estudo da EY ouviu 153 investidores latino-americanos, sendo 60 brasileiros, dentro de um universo global de 3.587 respondentes. A pesquisa considerou faixas patrimoniais que vão de US$ 250 mil a mais de US$ 30 milhões, incluindo perfis das gerações Baby Boomers, Geração X e Millennials.
De acordo com Emerson Morelli, sócio da EY, a digitalização abriu espaço para novas soluções mais aderentes às expectativas dos investidores mais jovens. E é exatamente nesse ponto que as fintechs ganham destaque: oferecem experiências digitais fluidas, intuitivas e personalizadas.
Além disso, Chen Wei Chi, também da EY, ressalta que a regulação mais moderna e os altos volumes de investimento nas fintechs aceleram esse movimento de disrupção no setor financeiro.
Brasil lidera o ecossistema de fintechs na América Latina
Quando o assunto é liderança, o Brasil ocupa posição privilegiada. Conforme dados do relatório do Distrito, 66% de todo o capital investido em fintechs latino-americanas nos últimos dez anos foi destinado a empresas brasileiras — um total de US$ 10,4 bilhões. O país também lidera em número de rodadas (1.034 deals) e é lar de 58,7% das fintechs ativas da região, seguido pelo México, com 20,7%.
Ou seja, o Brasil não apenas acompanha a tendência global, como também define os rumos do setor na América Latina.
Personalização e Beyond Banking: o novo normal das fintechs
Desde a criação das categorias SCD e SEP pelo Banco Central, o ecossistema ganhou ainda mais tração. As fintechs se diferenciam por aplicar tecnologia de forma intensiva para entregar soluções financeiras personalizadas, tanto para pessoas físicas quanto para empresas.
Essa evolução está diretamente conectada ao conceito de Beyond Banking, onde bancos e fintechs passam a oferecer serviços além das finanças, como mobilidade, educação e e-commerce — tudo em um único super app.
Portanto, em um ambiente cada vez mais competitivo e dinâmico, a personalização deixou de ser um diferencial e se tornou um pré-requisito para sobrevivência e relevância no mercado.
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