Nos últimos meses, a chamada Taxa das Blusinhas ganhou força em vários países da América Latina. O movimento começou no Brasil, mas rapidamente se espalhou para México, Colômbia, Argentina e Peru. A justificativa oficial é clara: proteger o comércio local, gerar mais arrecadação e equilibrar a concorrência com gigantes do e-commerce internacional, principalmente os marketplaces chineses.
Essa mudança representa uma virada importante no cenário do comércio eletrônico global.
O que é a Taxa das Blusinhas?
A Taxa das Blusinhas é um conjunto de medidas fiscais, tributárias e alfandegárias que mira o comércio eletrônico transfronteiriço. Na prática, o objetivo é tributar compras de pequeno valor em plataformas como Shein, Shopee e AliExpress, que cresceram de forma acelerada na região.
No Brasil, por exemplo, a antiga isenção para compras de até US$ 50 foi substituída pelo programa Remessa Conforme. Agora, há a cobrança de 17% de ICMS, além de outras tributações federais, o que promete mais controle para o governo e maior isonomia tributária para o comércio local.
Como a medida avança na América Latina
Cada país da região está adotando estratégias próprias para lidar com a pressão do e-commerce internacional. Veja os principais exemplos:
- México: ampliou a fiscalização sobre remessas internacionais e já estuda tributos adicionais sobre marketplaces asiáticos.
- Colômbia: discute no Congresso a criação de impostos para compras de até US$ 200 — antes isentas.
- Argentina e Peru: caminham no mesmo sentido, buscando frear a expansão das plataformas estrangeiras e proteger empregos locais.
Portanto, a Taxa das Blusinhas deixou de ser apenas uma medida brasileira e se transformou em um movimento regional.
Por que a Taxa das Blusinhas importa?
De um lado, varejistas locais comemoram, já que finalmente encontram um ambiente mais equilibrado para competir. De outro, consumidores de baixa renda sentem o impacto da taxação, pois esse público era justamente o que mais comprava produtos de baixo valor — as famosas “blusinhas”.
Além disso, as grandes plataformas de e-commerce precisam se adaptar rapidamente às exigências fiscais de cada país, o que aumenta custos logísticos e operacionais. Dessa forma, a competitividade das empresas internacionais diminui, abrindo espaço para marcas locais que consigam entregar preço justo e boa experiência de compra.
O que esperar daqui para frente?
A tendência é clara: os países da América Latina estão reforçando sua soberania digital e criando mecanismos para fortalecer o varejo interno. Isso exige que empresas internacionais e locais repensem suas estratégias.
Mais do que nunca, será essencial:
- Revisar modelos de operação transfronteiriça;
- Ajustar canais de distribuição;
- Buscar logística mais eficiente;
- Oferecer valor real ao consumidor, além de preços baixos.
Conclusão: adaptação estratégica é o caminho
A Taxa das Blusinhas mostra que o e-commerce global entrou em uma nova fase na América Latina. Embora traga custos adicionais para consumidores e marketplaces, ela também cria oportunidades para empresas que souberem se adaptar.
Na REVIIV, apoiamos empresas a compreender o impacto de medidas fiscais, estruturar estratégias de e-commerce e transformar desafios em vantagem competitiva.
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