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A Decisão Que Define o Futuro da Inteligência Artificial no Brasil: Direitos Autorais e o PL 2338/23

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Renato Mattos

Gestor de TI e Engenharia da computação com mais de 15 anos de experiência em inovação, tecnologia e produtos digitais, nos mercados de cartões de crédito, meios de pagamento, soluções de mobilidade urbana e agronegócio. Atuou em grandes empresas como Cielo, REDE, Elavon do Brasil e Stelo (grupo Bradesco), no setor de Agro na COFCO International em posições de CTO e CPO. Fundador da consultoria em tecnologia REVIIV.

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O Impasse Central: Autores vs. Desenvolvedores no Projeto de Lei 2338/23


A discussão sobre a regulamentação de Inteligência Artificial no Brasil (Projeto de Lei nº 2338/23) alcançou, sem dúvida, seu ponto mais sensível: os direitos autorais. De um lado, encontramos os desenvolvedores que defendem a inovação livre de encargos e argumentam que a tecnologia não pode ser freada. Por outro lado, os autores exigem uma justa remuneração pelo uso de suas obras no treinamento de IAs Generativas.

Portanto, o grande desafio para o legislador é construir uma nova equação. O país precisa compensar o valor essencial da criação humana, mas não pode inviabilizar o desenvolvimento tecnológico e a competitividade do ecossistema nacional de IA.


Os Desafios do Modelo Atual: Por Que Remunerar na Fase de Treinamento Não Funciona


A proposta inicial do PL 2338/23, que busca inspiração em modelos internacionais, exige que os desenvolvedores remunerem os autores já na fase de treinamento do modelo de Inteligência Artificial. No entanto, essa abordagem tem gerado problemas estruturais sérios:

  • Obstáculo Técnico e Legal: É fundamental reconhecer que, no treinamento, a IA extrai padrões e conceitos de milhões de obras, e não explora uma obra individual. Dessa forma, sustentamos que há pouca base técnica ou legal para argumentar que existe uma violação direta do direito autoral nesta etapa inicial.
  • Carga Financeira Antecipada: Ademais, obrigar as empresas a identificar e gerenciar o consentimento de cada obra gera custos extremamente elevados. Estes custos surgem antes mesmo de a IA gerar qualquer receita comercial, o que, com efeito, sufoca a experimentação e a inovação.
  • Risco de Colonialismo Digital: Além disso, o alto custo regulatório pode levar grandes desenvolvedores estrangeiros a simplesmente ignorar o conteúdo cultural brasileiro em seus datasets. Consequentemente, corremos o risco de criar IAs que não refletem nossa cultura, aumentando o risco de colonialismo digital.

Em suma, essa insegurança jurídica e financeira trava a inovação local.


A Solução Proposta para a Inteligência Artificial: Foco na Receita Final e Justiça Distributiva


Para resolver o impasse de forma inteligente, especialistas sugerem uma mudança radical de foco: o pagamento deve ocorrer no momento da geração de valor comercial.

A proposta estabelece dois pilares principais:

  1. Desoneração do Treinamento: A fase de aprendizado da IA deve ficar totalmente livre de custos de direitos autorais. Em contrapartida, os desenvolvedores precisam apenas indicar, de forma clara e transparente, as fontes e os datasets utilizados.
  2. Compensação pela Receita (Justiça Distributiva): O modelo propõe que a remuneração aos autores aconteça por meio de uma parcela proporcional da receita que os distribuidores e desenvolvedores de IAs Generativas auferem ao competir diretamente com a produção intelectual humana.

Diferentemente da abordagem inicial, este modelo reconhece que a criação humana origina o valor da IA. Portanto, a justa remuneração deve ocorrer no ponto de maior valor comercial do sistema.

Como o Novo Modelo de Compensação Garante o Equilíbrio

  • Gestão Coletiva: Organizações de gestão coletiva devem direcionar a compensação. Em seguida, elas distribuem os valores aos autores e usam parte dos recursos para fomentar programas de incentivo à nova produção cultural brasileira.
  • Equilíbrio Competitivo: Ao onerar a receita final, o modelo consegue equilibrar a competição entre a produção humana (que sempre tem um alto custo) e a produção assistida por IA (com baixo custo operacional). Assim, a iniciativa estimula ativamente a cultura nacional.

REVIIV Insights: O Risco de Governança de IP para Empresas


A discussão do PL 2338/23 torna evidente que a IA não é apenas uma questão tecnológica; acima de tudo, ela é uma questão de governança.

O rigor que o legislador tenta estabelecer no mercado, da mesma forma, sua empresa deve espelhar internamente. É fundamental entender que a falta de clareza sobre o uso de dados e a gestão de Propriedade Intelectual (IP) no treinamento de IAs corporativas representa um risco jurídico e estratégico crescente.

Prepare sua Operação: Mitigando Riscos Legais com Inteligência Artificial Generativa

Se a sua empresa utiliza IA Generativa, torna-se essencial que você estabeleça imediatamente uma Governança de IP e Conteúdo. Isso garante que a sua operação mitigue riscos legais e que seus ativos intelectuais estejam rigorosamente protegidos contra as futuras mudanças na regulamentação de Inteligência Artificial no Brasil.

👉 Não espere a lei ser aprovada. Fale com a REVIIV e descubra como você protege os ativos estratégicos da sua empresa e prepara a sua Governança de IP para as transformações na regulamentação de Inteligência Artificial.

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